terça-feira, 7 de dezembro de 2010

A (dura) educação paulista

Nesse ano em que tive a honra de trabalhar como professora PEB II no Estado de São Paulo, pude perceber o outro lado da educação paulista. O lado que quase ninguém vê.
Os professores (e os alunos também) são massacrados por medidas governamentais descabidas a fim de melhorar a situação do nosso patamar educacional. Ora, pois a educação brasileira é, de fato, uma das mais pobres em questão de recursos em sala de aula e, muitas vezes, pobre até em número de escolas.
Pude notar também que os problemas são, de fato, monstruosos, mais até do que nós imaginamos. Por um lado, um governo preocupado aparentemente em formar novas mãos-de-obra pra trabalhos técnicos e, por vezes, dispensáveis. Por outro, uma classe desunida e sem amparo, a dos professores. Tanto a greve, quando meus HTPC's, me mostraram que o problema da educação brasileira, especificamente em São Paulo, é mais profundo em raízes do que nós imaginamos.
Ao decorrer da história surgem vários momentos de transição. Estes, por sua vez, se tornam os mais caóticos com relação às identidades, sejam essas sociais ou individuais. Logo, a educação brasileira (principalmente no estado de São Paulo) está passando por uma fase de transição. Porém, esse processo ocorre de uma maneira imposta, ou seja, não existe a adaptação dos seres sociais envolvidos. Portanto, as tais competências e habilidades (tão aclamadas pela pedagogia atual) ficam atreladas a valores, por vezes retrógrados, o que atrapalha a criatividade e a evolução do aprendizado, tanto do aluno, quanto do professor.
O essencial seria reformas profundas em todas as classes da educação, ao meu ver, começando pelos ideais, modificando ideologias para, com ações conjuntas, modificar pontos cruciais dentro das escolas. Essa reforma deve contar com o apoio da família dos alunos, do corpo docente e de toda a gestão escolar, sem esquecer da postura coerente do governo.
Processos seletivos simplificados e currículos unificados não vão modificar a situação precária das nossas escolas. Reformas profundas de ideologias e medidas de valorização, tanto do aluno quanto do professor, sim! Persistir em tais medidas vãs apenas continuarão "tapando o Sol com a peneira".